terça-feira, 10 de abril de 2012

"O ABOLIÇÃO PISCOU"

A certeza de ser um eterno aprendiz leva-nos a imaginar que podemos mudar nossas posições e atitudes, desde que não se tenha compromisso com o erro, inclusive os nossos.

O crédito consignado necessita de uma ferramenta para controlar a margem consignável e, neste aspecto, o “cartão único” cumpre sua função de maneira moderna, ágil e inovadora.

A “inteligência” do cartão escondeu o desvio de finalidade logo no seu nascedouro. O edital de licitação da concorrência tipo “melhor técnica”, além de privilegiar itens direcionados, dando-lhes uma pontuação maior, ainda deixava a porta escancarada para bons negócios, quando exigia compromisso pecuniário fixo, liberdade para a vencedora intermediar os empréstimos e outros acessórios. Cabendo à fiscalização um aparente papel de espectador.

Por contrato com o Estado, inicialmente só o Bradesco tinha o privilégio de fornecer o crédito consignado, e dada a voracidade do nosso grande banco (lembrem-se da CPI dos precatórios), aliado a facilidade contratual que tinha a ABC, criou-se uma aliança, onde os participantes chegaram ao céu sem precisar morrer. Os funcionários públicos ficaram com esta obrigação.

Os garotos do “Vale do Abolição”, que já haviam se “unido” para não perder tudo na defeituosa concorrência, esbanjaram criatividade. Aceitaram um “cabeça”, que no Estado abriria as portas, e passaram a criar empresas para receber fabulosos lucros. Promus, CCI, Agora, Pedra Grande, Espírito Santo, MCF...e até a Quando.

O Bruno, responsável pela ABC, assinando pela Promus, que tem como sócio o Valadares, descredencia a parceira de primeira hora, a Bom Crédito. Aí veio a tona o conhecimento da engrenagem montada.
Iniciou-se a Operação Blindagem, com total apoio do Governo. Requerimentos de pedidos de informações, CPI, audiência pública, ao Banco Central, nada passava. Aparecer em jornal, café requentado, ignorância matemática, hienas ensandecidas, dor de cotovelo, legitimidade contratual, foram às expressões usadas para contrapor as argumentações daqueles que prometiam de joelhos se penitenciarem no centro do plenário, caso estivessem errados.

Mas, menino! Bastou a Revista Época sinalizar que estava…surgiram as 24 horas esclarecedoras que, pasmem, a ABC não disse nada, a Seplag blá, blá, blá…,mais uma semana.
O Governo e os garotos não têm mais saída. Cada um vai ter que debandar para seu canto. Descartem as outras opções.

A Casa do Povo deve corrigir o erro inicial, fiscalizar o valor das comissões pagas e forçar o grande banco do hemisfério norte a renegociar todas as dívidas com juros menores, e, ainda devolver as comissões pagas aos milionários garotos de vida fácil para os suados barnabés.

Ah, antes que me esqueça, com a palavra o Ministério Público.

Roberto Mesquita - Partido Verde.

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