terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Nota do deputado Roberto Mesquita sobre a greve dos Policiais Militares


Bom Governo?

O cidadão tem o direito à livre manifestação e ordeiramente reivindicar uma melhor qualidade de vida. Tem a liberdade assegurada de procurar dar aos filhos uma educação de qualidade, uma boa alimentação, e o mais importante, sonhar que seus rebentos tenham uma vida melhor e feliz.

O policial, que é o cidadão que escolheu esta profissão, vê negado o seu direito de preservar à própria cidadania. Todavia, ajuda a construir a dos outros. É perverso imaginar que os policiais e juízes não podem se utilizar do instrumento da greve, com a argumentação de que seus ofícios são essenciais ao estado democrático de direito.

Aplaudir a manifestação dos policiais, não seria, neste momento de intranquilidade do Estado, a melhor forma de reconhecer a sua importância. No entanto, o povo, que é o dono do poder, clama para que a fogueira das vaidades seja apagada com as águas cristalinas do respeito, da compreensão, do bom senso, e, acima de tudo, do interesse coletivo.

Dialogar, negociar, não diminui ninguém. Tampouco subestimar é uma arma eficaz.

Estranha bifurcação a estrada da vida nos mostra: policial não pode fazer greve, é inconstitucional. No entanto, a cidadania, bem maior do ser humano, exige atitudes. A família e o meio social cobram providências do indivíduo que escolheu a missão de proteger e dar segurança, para que ele passe a gritar implorando atenção, já que balbuciar não adianta.

O Governo tem uma responsabilidade singular, é obrigado a valorizar a todas as profissões. Contudo, não tem conseguido granjear respeito de muitas delas, talvez por jactar-se de ser o estado que, proporcionalmente, no Brasil, mais investimentos faz em todas as áreas; de ter um caixa abarrotado de dinheiro; de impor a sociedade leis que maltratam o segurado do ISSEC (antigo IPEC) quando no limite do desespero apelam à justiça; de tentar criar ao seu redor e de seu palácio uma área de segurança transitória e permanente; de conceder desconto de 50% na água consumida pela indústria do homem mais rico do Brasil, enquanto o pequeno produtor é ignorado; de manter ao seu dispor e dos secretários uma esquadrilha de aviões e helicópteros locados com contratos milionários; de permitir que o empréstimo consignado do funcionalismo público estadual tenha as mais altas taxas de juros do mercado.

Os servidores cabisbaixos, algumas vezes humilhados, não conseguem se sentir parte deste progresso, cantado em prosa e verso.

Governador! Retaliar, punir, processar, são atitudes dispensáveis neste momento. Descer os degraus do pedestal construído com a argamassa do orgulho e da soberba deve ser a atitude tomada imediatamente. Ter esta postura, ao contrário do que imagina, vai engrandecê-lo.

O movimento grevista não tem vencedor e nem vencido, mas uma população atônita, em estado de pânico e medo. O povo, a quem todo poder deve se submeter exige aos entes em conflito que restabeleçam a paz no nosso estado.

Roberto Mesquita
Deputado Estadual
Partido Verde