O deputado Roberto Mesquita (PV) lamentou, em discurso esta manhã na Assembleia Legislativa, números apresentados por pesquisa acerca da violência em Fortaleza. Os dados mostraram que em três anos 2.300 pessoas foram assassinadas na capital, sendo que 63% das vítimas foram jovens entre 15 e 29 anos. No mesmo período foram registrados 74.800 roubos e 16.900 casos de lesão corporal. O levantamento foi divulgado ontem pela Fundação da Universidade Estadual do Ceará (Funece).
Para Roberto Mesquita, é preciso uma força conjunta de órgãos públicos e sociedade para o enfrentamento à violência. Mesquita fez referência à informação de que as áreas mais atingidas são Bom Jardim e Messejana, lembrando que até pouco tempo outros bairros, como Fátima e Centro, já enfrentaram períodos críticos e conseguiram reverter a situação. “Temos que ver as políticas exitosas implementadas nestes bairros e levar para os outros locais”, atestou.
O deputado criticou o Governo do Estado pelo o que classificou de distorção nas escalas de prioridade. “Não podemos mostrar uma fortaleza que constroi aquário e faz investimento de quase 400 milhões de reais em um centro de feiras e eventos quando temos questões sérias como estas da violência”. O deputado sugeriu que o governo “dê um tempo” nestes investimentos e priorize o enfrentamento a problemas mais urgentes.
Roberto disse ainda que a pesquisa mostra três preocupações principais: a atuação da polícia militar na coibição aos crimes; o grande número de pessoas querendo fazer “justiça com as próprias mãos”, o que mostra o descrédito com o poder judiciário; e o insucesso das políticas de combate aos crimes e às drogas. O parlamentar pediu que o Governo do Estado acate projeto de sua autoria que cria o Fundo Especial de Combate às Drogas, aprovado por unanimidade pela Assembleia.
Roberto destacou também que Fortaleza se aproxima de dois eventos importantes em que o tema deverá ter ainda mais atenção: as eleições do próximo ano, em que a questão deverá ser “discutida à exaustão” e a Copa do Mundo em 2014, quando a cidade deve estar preparada para se mostrar ao mundo. “Apelo a todos os partidos que tenham assento ao não nas casas legislativas que lancem candidatos no próximo pleito e apresente seus projetos para a cidade”, finalizou.